Brincar é um dos eixos dominantes das culturas da infância, essencial no desenvolvimento e aprendizagem.
As crianças anseiam liberdade, experimentação e desafio, mas é cada vez mais raro encontrá-las a brincar nas ruas e espaços comuns não delimitados e estruturados das cidades.
É urgente pensar o espaço para além das áreas rígidas disponíveis, devolvendo o direito ao lugar e ao "estar a ser criança" no espaço público.
O brincar está profundamente enraizado na memória da maioria das pessoas. Há brincadeiras que podem ser resgatadas e unir gerações e culturas. Uma educação libertadora pressupõe a construção coletiva de conhecimento que pode ter o brincar por base.
Pretendemos dar continuidade aos momentos semanais de brincadeira na rua, com utilização de materiais naturais e de fim aberto, elaborados com troncos, pedras e utilização dos desníveis ou elevações de terreno, bem como de materiais de desperdício (pneus, caixas, tábuas, lonas, utensílios de cozinha) e recriar brincadeiras e práticas culturais ancestrais no espaço público, como jogos tradicionais (malha, macaca, berlinde, saltar à corda, corrida de sacos), capazes de mobilizar os séniors para a brincadeira coletiva.
Pensar o espaço da rua, como um local que potencia possibilidades de experiências ancestrais e contemporâneas, atribuindo às ruas, aos baldios e às praças um perfil inconfundível de local de encontro(s), criando uma identidade comunitária para as crianças de todas as idades na comunidade.